SÃO LUÍS - Até ontem, os familiares de Hanna Ester Aguiar, de dois meses e dez dias, não haviam conseguido um leito de Unidade de Terapia Intensiva em hospitais de São Luís para a filha, que está internada desde o dia 21 de março com quadro clínico de pneumonia e insuficiência respiratória na ala vermelha (de pacientes graves) do Hospital da Criança Dr. Odorico Amaral de Matos, em São Luís. Seus pais conseguiram liminar da Justiça para internar a criança em UTI. Contudo, até ontem, não havia leito à disposição.
Segundo a tia de Hanna Aguiar, Cleidiane Aguiar, uma oficial de Justiça foi encarregada de percorrer os vários hospitais da rede pública e particular da cidade em busca de uma vaga na UTI infantil, mas infelizmente todos alegaram que não tinham disponibilidade de leito ou profissionais qualificados para cuidar do caso. "Isso é um desrespeito com a população. Queremos o que nos é de direito. Estamos falando da vida de uma criança", ressaltou.
Cleidiane Aguiar declarou que, durante a internação no Hospital da Criança, o recém-nascido contraiu uma infecção hospitalar. "O pé e a perna de Hanna já estão ficando pretos e os médicos não souberam identificar a procedência da bactéria. Apenas passaram antibióticos que não estão surtindo efeito", afirmou.
De acordo com o pai, Pedro Aguiar, o caso se agravou por causa da ineficiência do sistema público de saúde. A mãe, Ediete Aguiar teme pela saúde da filha.
O pai contou ainda que no sábado (2), Hanna Aguiar ficou por trinta minutos sem respirar enquanto a equipe médica tentava reanimá-la. "Se ela estivesse em uma UTI, isso certamente não estaria acontecendo", afirmou.
O Estado tentou ouvir a direção do Hospital da Criança e a Secretaria Municipal de Saúde, mas, até o fechamento desta edição, nenhuma resposta foi obtida.
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