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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Maranhense conquista 2º lugar no Prêmio Jovem Cientista

Um antigo problema dos ribeirinhos do Estado do Maranhão motivou Rogério da Silva Logrado Júnior, de 15 anos, a refletir sobre a questão da geração de energia no local. Interessado em ajudar quem não tinha acesso ou não podia pagar pela eletricidade, ele começou a pesquisar alternativas para gerar energia limpa e barata. Aluno do 2º ano do ensino médio da Escola Crescimento, de São Luís, Rogério conquistou o segundo lugar no XXIV Prêmio Jovem Cientista na categoria "Ensino Médio", com um projeto que envolve a criação de uma central hidrelétrica sem necessidade de barragem no rio Itapecuru.
A ideia surgiu durante uma discussão sobre qual seria seu projeto para a Feira de Ciências de 2009, e era bastante ousada: projetar uma usina hidrelétrica para atender aos moradores que viviam à beira do Rio Tocantins. Como a proposta mostrou-se inviável, Rogério optou por estruturar uma central elétrica flutuante, utilizando hélices com funcionamento à base de energia cinética. "Novamente, tive que rever os estudos, porque o Rio Tocantins tem muitos sedimentos. Então substituí as hélices pela roda d’água, que já era utilizada na região para outros fins", afirma.
Posteriormente, o projeto iniciado no município de Imperatriz foi transferido para a capital São Luís. "Como nós nos mudamos, trouxe comigo a pesquisa. Queria dar continuidade ao projeto e escolhi o Rio Itapecuru para isso. Minha principal preocupação sempre foi conseguir gerar energia de uma forma limpa, sustentável e acessível para todos", explica. O método criado por Rogério consiste na montagem de uma balsa de 64 células, cada uma com seis garrafas PET de dois litros, que permitem a flutuação da central, ligadas a outras quatro garrafas cheias de cimento para dar mais estabilidade – que se unem a uma roda d’água, de ferro ou madeira, ligada a uma série de polias. O princípio funciona graças a um gerador magnético monofásico, que produz energia suficiente para abastecer uma geladeira comum.
Com relação aos possíveis problemas de oscilação de voltagem e queda de amperagem, o aluno solucionou a questão instalando seis baterias de 12V de carro, que serviram como fonte de reserva caso o gerador estivesse desligado, e incluiu um estabilizador que manteve a voltagem em 220V, evitando assim a queima dos eletrodomésticos. Para combater o problema da maresia, Rogério decidiu suspender as instalações elétricas utilizadas e pintá-las com metal de sacrifício (magnésio), numa tentativa de evitar a corrosão e aumentar a durabilidade.
Para o jovem, ver seu o trabalho conquistando o segundo lugar na categoria ensino médio é um reconhecimento muito grande. "Uma vitória muito importante para mim e para todos aqui na região. Espero conseguir, com esse prêmio, um patrocínio e fazer o projeto acontecer. A central poderia ser usada como fonte energética secundária, não só no Maranhão, mas em outros estados. Cheguei a construir uma maquete e demonstrei que a pesquisa é totalmente viável", argumenta.
Prêmio Jovem Cientista
Criado em 1981 e fruto de parceria entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Gerdau e a Fundação Roberto Marinho (FRM), o Prêmio Jovem Cientista tem o objetivo de incentivar a pesquisa no Brasil. A iniciativa é considerada, pela comunidade científica, uma das mais importantes premiações do gênero na América Latina. A entrega da premiação é feita pelo Presidente da República e reúne na cerimônia autoridades governamentais na área da Ciência e Tecnologia, além dos mais respeitados nomes da ciência brasileira.
Os vencedores da XXIV edição do Prêmio Jovem Cientista vão receber a premiação das mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia no Palácio do Planalto, que ocorre nesta quinta-feira (18), às 15h. Este ano, os vencedores são dos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Ceará, Tocantins, Maranhão e Distrito Federal.
Com o tema "Energia e Meio Ambiente – Soluções para o Futuro", os estudantes das categorias Graduado, Estudante do Ensino Superior e Estudante do Ensino Médio concentraram suas pesquisas em questões relacionadas à produção de biocombustíveis, economia de água, geração de energia eólica e redução da poluição atmosférica, dentre outros.

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