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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Índios guajajaras podem acabar hoje a interdição da BR-226

Indígenas já sinalizaram positivamente com a possibilidade de liberação total da rodovia, que foi aberta ao tráfego de veículos pelo período de uma hora; a Força Nacional e Polícia Federal assumiram negociações, iniciadas no início da noite de ontem

Barra do Corda – A interdição do Km 342 da BR-226 poderá terminar hoje. Ontem, os cerca de 200 índios guajajaras responsáveis pela manifestação na aldeia Canabrava, no povoado Barreirinha, em Jenipapo dos Vieiras, sinalizaram positivamente com a possibilidade de um acordo. No fim da tarde, os índios liberaram por uma hora a rodovia.


No início da noite de ontem, houve uma reunião entre o coordenador técnico da Fundação Nacional do Índio (Funai) da cidade de Jenipapo dos Vieiras, Raimundo Martins Franco, com representantes da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria de Educação do Governo do Estado (Seduc), Polícia Militar, entre outros órgãos, para discutir o fim da interdição da BR-226, que foi iniciada domingo.


Nesse encontro, os representantes do Governo do Estado sinalizaram com o pagamento de R$ 3,5 milhões referentes à primeira parcela do débito de R$ 13 milhões com os indígenas. Esse depósito já teria sido feito, mas os índios queriam a certificação documental dos recursos. Além disso, ontem, um índio - dos quatro que foram presos domingo último após o conflito com o delegado Edmar Gomes – teve a sua prisão preventiva relaxada pela Justiça. Eles estavam internados no hospital Regional de Presidente Dutra.


Conforme o representante dos indígenas, Raimundo Martins Franco, os guajajaras devem liberar a rodovia caso o governo estadual dê garantias de que os outros dois indígenas ganharão a liberdade próximos dias. “Já nem se discute mais sobre os recursos da educação, apenas a prisão índios. Eles [indígenas] temem que seus familiares sejam transferidos para Pedrinhas, onde ocorreram várias execuções esta semana”, destacou Franco. “A possibilidade de um acordo é de 90%”, destacou o coordenador da Funai.


Os índios exigem, por parte do Departamento de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), o pagamento de indenização por construção da estrada em uma área indígena, melhoria dos serviços de saúde, entre outros reivindicações. Para a Funai, algumas exigências podem ser negociadas em um outro momento.


Liberação - Entre as 17h e 18h de ontem, os índios guajajaras autorizaram o tráfego de veículos, que estava interrompido desde as 16h de domingo último. Os sete caminhoneiros que eram mantidos com os índios foram libertados. Dos oito veículos que estavam na aldeia (sete caminhões e um ônibus), apenas um caminhão ainda permanece no local do bloqueio da via.


O desbloqueio parcial da rodovia foi coordenado e negociado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). No período da tarde, duas equipes da PRF (12 homens) estiveram na aldeia Canabrava para negociar um acordo. Com a liberação de dois índios que estavam presos, os guajajaras concordaram em deixar os caminhoneiros - que estavam retidos no povoado Santa Maria , a 2 km da reserva - seguir viagem. Os caminhoneiros que estavam em Barra do Corda. Entretanto, não conseguiram viajar por causa do pouco tempo de liberação de tráfego da rodovia.


Pelos dados da PRF, pelo menos 150 caminhoneiros conseguiram seguir viagem. Mas pelo menos 50 ainda aguardam a liberação total da via. Com a liberação parcial da BR-226, as interdições feitas pelos caminhoneiros nos Kms 303 e 340 foram automaticamente desfeitas.


Reforço – Também ontem à tarde, chegaram 31 homens da Polícia Federal, que ajudarão no processo de negociação para a liberação total da BR-226. Entre esses agentes, estão membros da PF do Maranhão e de Brasília. Está prevista para hoje a chegada de mais 32 homens da Força Nacional.


A Polícia Militar também reforçará o efetivo, hoje, na cidade de Barra do Corda. Cerca de 50 homens estão de prontidão e mais 50 devem chegar à cidade hoje. Esse efetivo será utilizado como forma de apoio aos negociadores com os indígenas.


Entenda o caso


- No domingo, às 16h, cerca de 200 índios guajajaras fecharam a BR-226, no Km 342, para reivindicar o repasse dos recursos de transporte escolar indígena atrasados desde o início do ano. Eles alegam que esse valor poderia chegar a R$ 13 milhões;


- Ainda no domingo, o delegado Edmar Gomes pediu para passar pelo bloqueio, mas foi retido pelos índios. Ele entrou em confronto com os guajajaras, teve um dedo decepado e foi alvejado com tiros de espingarda. Ele passa bem. Um dos índios envolvidos no confronto, José Neto, está internado no Hospital Regional de Presidente Dutra;


- A interdição da BR-226 revoltou os caminhoneiros que estavam em Barra do Corda, em Jenipapo dos Vieiras e em Grajaú. Eles também resolveram interditar trechos da BR-226 e de rodovias estaduais próximas para evitar que os índios também tivessem acesso a essas cidades;


- A manifestação dos indígenas já gerou prejuízo a Barra do Corda. A cidade sofre com desabastecimento, e algumas linhas de ônibus deixaram de trafegar pelo município por causa da ação dos índios.


Fonte: Wilson Lima
Enviado Especial do O Estado-MA

Um comentário:

  1. a unica riqueza viva e nossa cultura podres maranheses jogão no lixo acabano com antes.

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