Barra-cordense em busca do tetra na capital Federal

No calendário anual de corridas de rua de Brasília, a do Lago Sul figura entre as mais conhecidas. A boa organização e a premiação atraem muitos atletas de elite. Um deles se destaca. Maranhense de Barra do Corda, Raimundo Nonato ganhou três das cinco edições. No domingo, quando ocorre a 6ª Corrida do Lago Sul, ele tentará manter a hegemonia e sagrar-se tetracampeão.

"Sempre digo que o que conta mesmo para um atleta na hora da corrida é a preparação dele nos últimos meses. Acredito que a data em que essa prova é realizada contribui muito para os ótimos resultados", afirma Nonato. "Geralmente, no segundo semestre, o meu treinamento já está em um nível mais alto e eu consigo ter um rendimento sempre melhor."

Em relação ao percurso da prova, o atleta diz que não há grandes desafios, pois o trajeto é praticamente todo plano. Ele só ressalta que o vento atrapalha um pouco nos tempos. "Na ida, é tranquilo, porém quando fazemos a volta no balão do aeroporto, pegamos contravento", explica. "Mas nada muito complicado. O percurso é o de menos. A dificuldade maior são os concorrentes."

Mesmo sendo o maior vencedor da prova, Nonato é cauteloso e garante que, na verdade, se ganhar novamente, será considerado uma zebra. "Acho que vou ser o azarão", diz. Na última prova em que participou, a Corrida do Advogado, no domingo passado, ele chegou em terceiro, atrás de Robson Lima, atleta que também correrá no domingo. "Ele está superbem. É novo, mas já tem mais tempo de corrida do que eu. O favoritismo nessa Corrida do Lago Sul é todo dele. Vai ser uma briga boa."

Atleta desde os 16 anos, Robson, mais conhecido como Robinho, tem hoje 22. Nascido em Piquete, interior de São Paulo, o jovem refuta o favoritismo. "Brasília tem grandes corredores. O Nonato mesmo tem muitas conquistas e grandes marcas. Correr aí é sempre complicado pelo nível dos competidores", comenta ele, em entrevista por telefone de Lorena (SP), onde mora e treina.

Além do alto nível dos atletas da cidade, Robinho comenta, claro, sobre a baixa umidade, que atrapalha todos os corredores, amadores e profissionais. "É bem difícil para quem não está acostumado a disputas nesse tipo de condição climática. O ácido lático aumenta, e com ele as dores", afirma. "Quem quiser chegar na frente tem que superar essa sensação de boca rachada, secura. Temos que fazer uma hidratação perfeita, senão o corpo sente muito." Tanto Nonato como Robinho vão competir nos 10km. Para quem quer encarar menos asfalto, a opção está nos 5km.